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1 de nov. de 2009

TEMA: A IGREJA, PERSEGUIDA E GLORIFICADA

APOCALIPSE 11:1-19


INTRODUÇÃO O capítulo 11 de Apocalipse é ainda o interlúdio antes do toque da sétima trombeta.
A igreja precisa interiorizar a Palavra, comer a Palavra e proclamar a Palavra. Essa Palavra é doce e também amarga. Doce para quem a proclama, amarga para quem a rejeita. Ela traz vida e também o juízo. No capítulo 11 veremos de forma viva a missão da igreja no mundo, sua proteção, proclamação, perseguição, triunfo e então, o surgimento triunfante e vitorioso do Reino de Deus.
Este capítulo pode ser analisado através de alguns quadros ou cenas:
I. A IGREJA É REPRESENTADA PELO SANTUÁRIO DE DEUS SENDO MEDIDO - V. 1-2
1. A separação do povo de Deus do mundo ímpio - v. 1-2
• O que simboliza esse santuário? Simboliza a igreja verdadeira, ou seja. todas as pessoas salvas. Todos os verdadeiros filhos de Deus que o adoram em espírito e em verdade.
> Os dispensacionalistas acreditam que João está falando de um santuário literal que será reerguido em Jerusalém, um santuário físico.
> Os pré-milenistas acreditam que este capítulo está falando da salvação dos judeus e não da igreja.
• O que simboliza essa medição do santuário? Conforme o contexto (21:15) e passagens do VT (Ez 40:5; 42:20; 22:26 e Zc 2:1), essa medição significa apartar o povo de Deus do povo profano, para estar completamente seguro e protegido de todo dano. Medida é imunidade contra danos (21:15-17).
Esta figura é a mesma que aparece dos 144.000 selados (7:4), dos homens que receberam o selo de Deus (9:4). Esses que são medidos são os verdadeiros adoradores, o verdadeiro Israel de Deus, a verdadeira igreja em contraste com os gentios, aqueles que permanecem na sua impiedade, e vão perseguir a igreja e adorar o anticristo.
Essa proteção não se estende a todos os que se dizem cristãos (11:2). Os santos vão sofrer severamente, mas nunca perecerão, serão protegidos do juízo final. Mas, os membros mundanos da igreja que amam o mundo, estarão sem essa proteção.
• O que simboliza esses quarenta e dois meses? Esse período não é literal. Ele fala da perseguição do mundo durante todo o período da igreja, da primeira à segunda vinda de Cristo. Obviamente, na medida em que o tempo avança para o fim essa perseguição torna-se mais renhida.
Esse período de 42 meses e 1.260 dias não pode ser entendido literalmente, pois o tempo dos gentios (Lc 21:24), deveria começar no ano 70 quando Jerusalém foi destruída pelos romanos. No livro de Apocalipse esse tempo representa: 1) O tempo em que a cidade santa é oprimida (11:2), o tempo em que as duas testemunhas executam o seu testemunho (11:3), a mulher celestial, a igreja, será preservada no deserto (12:6,14), e o tempo que a besta tem permissão para exercer sua autoridade (13:5). Esse é o período que Satanás exerce o seu poder no mundo, especialmente nos últimos dias, com a atuação do anticristo.
> Esse período é um símbolo como a cruz vermelha ou a suástica, uma forma taquigráfica para indicar um período durante o qual as nações, os incrédulos parecerão dominar o mundo, no qual o povo de Deus manterá o seu testemunho.
5. Argumentos que contribuem para o entendimento de que esse Santuário é espiritual e não físico
a) O NT ensina que o santuário de Deus é a igreja e não um prédio - Deus mora na igreja por meio do seu Espírito. Portanto, a igreja é seu santuário (1 co 3:16,17; 2 Co 6:16,17; Ef 2:21).
b) O santuário representa as pessoas que oferecem o incenso da oração (11:1) - Ou seja, um símbolo de todos os verdadeiros cristãos.
c) O santuário refere-se aos fiéis enquanto os que estão no átrio exterior não recebem proteção (11:2)
Tanto o santuário como o átrio exterior refere-se a pessoas e não a edifício físico.
d) Todos os salvos são contados, selados e protegidos
(7:4; 22:4) - Tanto o contar, como o selar e meditar são figuras da proteção da igreja. Assim, a verdadeira igreja na terra, o santuário espiritual é simbolizado pelo santuário terrenal de Israel, assim como Israel físico é símbolo da igreja verdadeira.
e) Esta interpretação concorda com o simbolismo do VT (Ez 43, 47) - Ezequiel fez uma representação da igreja como Corpo de Cristo. Assim na figura do santuário, a igreja é o povo que adora a Deus e na próxima figura, a figura das testemunhas, a igreja é o povo que proclama a Palavra de Deus perante as pessoas. A igreja é o povo que fala a Deus e aos homens.
II. A IGREJA É REPRESENTADA PELAS DUAS TESTEMUNHAS - V. 3-14
1. Quem são essas duas testemunhas?
a) Uns entendem que elas falam de Enoque e Elias - Alguns acreditam assim, em virtude de que esses foram os dois homens que foram para o céu sem experimentarem a morte.
b) Outros entendem que elas falam de Moisés e Elias - Essa descrição tem um rico simbolismo. Na verdade João vê esses duas testemunhas com características desses dois profetas. Elias é apresentado nos versos 5 e 6 e Moisés é representado no verso 6b.
c) Ainda outros entendem que elas falam do Antigo e do Novo Testamento - Assim defende Martyin Lloyd-Jones.
d) A posição reformada entende que elas falam do testemunho da igreja-
> Moisés e Elias (a lei e os profetas) representam toda a igreja; essas duas testemunhas são o povo de Deus na terra, a igreja de Deus no mundo, o povo de Deus entre as nações, aqueles para quem o evangelho é doce em meio àqueles para os quais o evangelho é amargo.
> O povo de Deus é chamado em Apocalipse de 12 tribos, de sete candeeiros, de reis e sacerdotes. Agora é chamada de santuário de Deus e também de duas testemunhas.
> Duas testemunhas era o método usado por Cristo para o testemunho ao mundo (Lc 10:1). Uma questão só recebia validade pelo testemunho de duas pessoas.
> Essas duas testemunhas falam da igreja como uma poderosa agência missionária durante toda a época evangélica presente. Isso pode ser provado como segue:
c.l) As duas testemunhas são duas oliveiras e dois candeeiros (v. 4) - Estas duas figuras são encontradas em Zacarias 4:1-7, referindo-se a Josué e Zorobabel que anunciam a Palavra no poder do Espírito para restaurar a Israel. Essas duas oliveiras e esses dois candeeiros são símbolos da Palavra de Deus, proclamada pela igreja.
c.2) Assim como os missionários eram enviados de dois a dois, assim a igreja cumpre a sua missão no mundo.
c.3) Assim como o fogo do juízo e condenação saiu da boca de Jeremias (Jr 5:14), devorando os inimigos de Deus, assim também a igreja anuncia os juízos de Deus aos ímpios.
c.4) Assim como Elias orou e o céu fechou-se e Moisés recebeu autoridade para converter a água em sangue, assim também quando o mundo rejeita a mensagem da igreja, ele se expõe ao juízo de Deus. Somos perfumes de vida para a vida e aroma de morte para a morte.
2. A igreja será indestrutível até cumprir cabalmente a sua missão - v. 7
• A igreja será indestrutível até completar o seu trabalho. Ninguém poderá destruir a igreja de Deus até ela completar a sua carreira. A igreja é provada, mas, não desamparada. As testemunhas são preservadas até concluírem o seu testemunho (v. 5-7).
• A proclamação do evangelho é aquilo que mantém a igreja de pé. Sua vocação é adorar a Deus (santuário) e proclamar a palavra (testemunha).
• Satanás não pode deter o avanço da igreja, que os eleitos sejam salvos. O valente está amarrado. As testemunhas seguem proclamando.
3. A igreja será perseguida e sofrerá a morte - v. 7b-9
• O espírito do anticristo sempre esteve no mundo (1 Jo 2:18-22). Mas esse espírito de oposição vai se encarnar na pessoa da besta no último tempo e vai perseguir terrivelmente a igreja.
• A anticristo vai fazer guerra contra os santos e os vencer (Ap 13:7). Ele é o homem da iniqüidade (2 Ts 2:3-9). Ele vai fazer querer ser adorado como Deus (Dn 9:27; Ap 13:8).
• Bem próximo ao fim da História, haverá uma terrível matança contra a igreja e ela dará todas as evidências de estar por baixo. Jesus disse que se esse não fosse abreviado a igreja não suportaria (Mt 24:11ss.). A igreja sofrerá, mas continuará indestrutível.
• Os crentes ao morrerem, vencerão o diabo e o anticristo (Ap 12:11).
• A palavra "testemunhas" é martyria que Traz o significado de proclamador e mártir. Era uma e mesma coisa.
• Nem mesmo essa matança fica fora do desígnio de Deus, pois ao anticristo é dado vencer (Ap 13:7). O diabo e seus agentes só podem agir sob a permissão de Deus.

4. A vitória do mundo sobre a igreja será passageira e infundada — v. 8-11
• Essa cidade não é literal (v. 8); não é nem Jerusalém nem Roma, e contudo, em certo sentido é tanto Jerusalém como Roma. É a cidade desta ordem terrestre, que inclui todos os povos e tribos, e línguas e nações. Essa cidade é mundo hostil a Deus e à igreja.
• O mundo sempre teve a pretensão de destruir a igreja de Cristo. As perseguições desde o começo visaram banir a igreja e calar a sua voz. Os homens ímpios odeiam a Palavra de Deus.
• Várias perseguições intentaram acabar com a igreja. Em 1572 na Noite de São Bartolomeu na França. Em 1789 na Revolução Francesa. Na Revolução Russa de 1917.
• Muitas vezes o mundo pensou que a igreja estava morta (Inglaterra século XVIII). Era como um cadáver na praça. Ezequiel 37 fala de um vale de ossos secos.
• O júbilo dos adversários é uma alegria transitória. Deus terá sempre a última palavra a dizer. O mundo celebra o martírio dos santos (11:10). Mas o mundo é néscio e seu gozo prematuro.
• O mundo vai festejar seu massacre sobre a igreja, achando que está livre dela e de sua mensagem. Mas, a igreja ressurgirá, ascenderá e assentará no trono para julgar o mundo. Os acusados (v. 10) são transformados em terror dos acusadores.
5. A ressurreição gloriosa da igreja - v. 11
• Esses três dias e meio também é um número simbólico. A igreja que experimentou a comunhão no sofrimento de Cristo, agora experimenta o poder de sua ressurreição.
• Em conexão com a segunda vinda de Cristo, serão restituídos à igreja vida, honra, poder e influência, mas para o mundo a hora da oportunidade terá passado para sempre.
• A vinda de Cristo e a ascensão da igreja serão visíveis para o mundo(l:7; 11:12). Não há aqui menção de um arrebatamento secreto. Cristo desce a igreja sobe na mesma nuvem de glória.
• Isso está de acordo com o ensino de I Ts 4:16-17 e 1 Co 15:52. Todos os santos e mártires têm sido encorajados com a certeza da ressurreição, do arrebatamento e da glória celestial. Esta é a nossa bendita esperança.
6. O terror indescritível dos ímpios - v. 13-14
• A alegria do mundo transforma-se rapidamente em grande temor. A terra está tremendo. E o mesmo quadro de (Ap 6:12). O terremoto aqui também precede o juízo final. Os ímpios são cobertos de terror. Eles dão glória a Deus não porque se convertem. São como Nabucodonosor. que muitas vezes, deu glória a Deus, mas não era convertido.
• O mundo está maduro para o juízo, porque apesar da sua impenitência. ainda rejeitou o testemunho da igreja e perseguiu e matou os fiéis (v. 7).
Apocalipses do livro de hernades dias lopes

TEMA: O PRELÚDIO DA SÉTIMA TROMBETA

APOCALIPSE 10:1-11
INTRODUÇÃO 1. Quando a sétima trombeta tocar, não haverá mais chance para os pecadores. A sétima trombeta aponta para o juízo final. Então, será tarde demais.
I. A DESCRIÇÃO DO ANJO FORTE - V. 1-7
• Há mais de sessenta referências aos anjos no livro de Apocalipse. Eles são o exército de Deus enviados para realizar o propósito de Deus na terra. Raramente pensamos neles como espíritos ministradores em nosso favor (Hb 1:14), mas um dia no céu nós iremos aprender tudo o que eles fizeram por nós. Os anjos são valorosos em poder (SI 103:20), mas há anjos mais poderosos que outros. Aqui temos um anjo forte e sua descrição tem grandes semelhanças com o próprio Deus e com o Cordeiro. Há semelhanças estreitas entre esse anjo e o próprio Cristo. Contudo no Apocalipse anjos são sempre anjos; Cristo nunca é chamado de anjo. Esse anjo não recebe adoração. O Apocalipse nunca confunde o Senhor que está assentado no trono com os seus emissários que descem à terra.
• Esse anjo anunciará a sétima trombeta, então, virá o fim (1 Co 15:52). Este anjo desce do céu envolto em nuvem - v. 1 Aqui temos uma a operação da santidade de Deus simbolizada pelo rosto do anjo, do juízo indicado pela nuvem (Sf 1:15) e da misericórdia e fidelidade ao seu pacto com o seu povo expressada pelo arco-íris.
Este anjo tem um arco-íris por cima da sua cabeça - v. 1 O arco-íris aparece ao redor do Trono de Deus (Ap 4:3). Fala que o trono de Deus é um trono de misericórdia, antes de ser um trono de juízo. Deus se lembra da sua misericórdia na sua ira. O arco-íris é o símbolo da aliança de Deus.
3. Este anjo tem o rosto como o sol - v. 1 Esta é a mesma descrição de Jesus Cristo (Ap 1:16). Quando Jesus apareceu em glória na Transfiguração, seu rosto brilhava como o sol. Ninguém podia olhar no rosto dele.
Este anjo tem as pernas como colunas de fogo - v. 1 • Esta descrição e semelhante à que descreve o Cristo glorificado em Apocalipse 1:15. Onde ele pisa ele queima e purifica.
Este anjo tem na mão um livrinho — v. 2 A palavra grega para livrinho (v. 2) é diferente da usada em (Ap 5:1). Livrinho não dá a idéia de rolo. O livrinho está aberto, no sentido de que seu conteúdo é conhecido. O rolo (5:1) contém a revelação do propósito de redenção e justiça que Deus executa na história humana, o livro pequeno deve contar uma parte deste propósito divino. Outros identificam esse livrinho como a Palavra de Deus que deve ser comida e pregada ao mundo (v. 11).
Este anjo tem o pé direito sobre o mar e o esquerdo sobre a terra - v. 2 Deus manifesta sua reivindicação de propriedade sobre o mundo inteiro, pois foi ele quem o criou (v. 6). Nas seis primeiras trombetas apenas parte da criação era o alvo. Agora está em jogo toda a criação. Isso descreve que ele exerce poder em todo o mundo e sua palavra é para o mundo inteiro. O mar e a terra representam a totalidade do universo criado.
Este anjo tem voz como de leão — v. 3 A voz do leão é a voz do juiz que se aproxima. A plenitude do juízo se aproxima. Esta descrição é semelhante à aquela dada a Jesus Cristo em Apocalipse 5:5. A voz de Deus é semelhante ao rugido do leão (Am 3:8). O Velho Testamento comumente fala de "o anjo do Senhor" como uma referência a Cristo (Ex 3:2; Jz 2:4; 6:11-12; 2 Sm 24:16). Isto era uma temporária manifestação para um propósito especial, e não uma permanente encarnação.
• O leão é o rei dos animais. Quando ele ruge não tem animal que pie. Todos se silenciam. Quando Cristo bradar, todos vão ouvir a sua voz. Quando Cristo bradar os sete trovões, todos os trovões, a artilharia do céu, estará pronta a agir.
8. Este anjo ao falar ouve-se sete trovões - v. 3-4 Não nos é informado porque João agora não pode escrever sobre o conteúdo dos sete trovões. Esses trovões são semelhantes à voz poderosa de Deus que é como o trovão (SI 29:3). Esse número precisaria ser sete, visto que há em torno do trono sete espíritos, sete tochas, sete chifres e sete olhos. Esses trovões estão dirigidos aos inimigos de Deus.
• O contexto pode nos ajudar a entender porque sempre que a palavra "trovões" aparece em Apocalipse é para falar de um aviso de iminentes manifestações da ira de Deus (Ap 8:5; 11:19; 16:18). O juízo está se aproximando, mas João não tem autorização para falar sobre o seu conteúdo.
• Essa revelação, semelhante àquela que Paulo teve no céu, não pode ser anunciada (2 Co 12:4). João a entendeu, mas não recebeu autorização para escrevê-la. Não devemos especular o que Deus não nos revelou. • A voz de Deus é geralmente comparada com trovões (SI 29; Jó 26:14; 37:5; Jo 12:28-29). • O significado da ordenança para João guardar segredo sobre as vozes dos sete trovões é a seguinte: Não podemos nunca saber nem descrever todos os fatores e agentes que determinam o futuro. Sabemos o significado dos sete candeeiros, dos sete selos, das sete trombetas, das sete taças. Mas não nos foi dado saber sobre o significado da mensagem dos sete trovões (v. 4). Isso, porque há outras forças trabalhando; há outros princípios que estão operando neste universo. Portanto, tenhamos cuidado em fazer predições a respeito do futuro.
• O anjo está anunciando que não haverá mais tempo antes que o fim venha. O fim não será mais adiado. Está na hora de responder as orações dos santos. O propósito divino será alcançado plenamente.
9. Este anjo posiciona-se como um conquistador universal - v. 2,5
• A postura do anjo é a de um conquistador tomando posse do seu território. Ele reinvindica o mundo inteiro (Js 1:3). Obviamente só Jesus pode fazer esse reclamo. Em breve o anticristo vai reinvicar seu domínio no mundo inteiro e vai querer que o mundo inteiro se submeta ao seu controle. Mas somente Jesus recebeu do Pai essa herança (SI 2:6-9).
• Satanás ruge como leão para espantar as suas presas (1 Pe 5:8), mas Jesus ruge como leão para proclamar a sua vitória (SI 95:3-5; Is 40:12-17).
II. A DECLARAÇÃO DO ANJO - V. 5-7
1. A solenidade de como o anjo declara a sua palavra - v. 5-6
• O anjo levanta a sua mão direita ao céu e faz um juramento.
2. O conteúdo do juramento é que já não haverá mais demora para a chegada do juízo - v. 6
• Vários julgamentos já tinham vindo sobre a terra, o mar, os rios, os astros, os homens. Mas, mais julgamentos ainda estavam para vir.
• Por que a demora? Por que Deus parece demorar? Deus tem adiado o seu julgamento para que os pecadores perdidos tenham tempo para se arrependerem (2 Pe 3:1-9). Esse foi o propósito da sexta trombeta (Ap 9:20-21). Mas, agora, Deus irá acelerar o seu julgamento e realizar seus propósitos. Os santos martirizados estavam clamando por justiça e questionando a demora de Deus Ap 6:10-11
• Mas agora não haverá mais prazo, mais tempo, mais demora para o arrependimento e a conversão. Essa palavra "Não haverá mais demora (cronos)" significa também que a paciência de Deus tem limite. O soar das seis trombetas representam todas as oportunidades que Deus dá ao homem para que se arrependa. Mas, aqui o caso é diferente. O homem chegou num ponto tal de insensibilidade e endurecimento que não há mais possibilidade de arrependimento. É aí que o anjo jura que não haverá mais demora para a sétima trombeta.
3. Quando a sétima trombeta tocar haverá o desvendamento total do mistério de Deus - v. 7
• O mistério de Deus aqui tem a ver com o velho problema do mal no mundo. Por que o mal natural e moral existe ainda no mundo? Por que Deus não faz alguma coisa sobre isso? É óbvio que sabemos que Deus fez, sim, algo sobre isso no Calvário, que Jesus se fez pecado por nós e experimentou em sua carne a ira de Deus pelo mundo pecador. Deus está permitindo o mal aumentar até o mundo ficar maduro para o juízo (2 Ts 2:7ss, Ap 14:14-20) Desde que Deus já pagou o preço pelo pecado, ele é livre para adiar o julgamento. Quando o anjo tocar a sétima trombeta o juízo virá (Ap 11:15-19). Então, será o tempo da consumação da ira de Deus (Ap 15:1). O v. 7 não diz no momento em que soar a trombeta, mas nos dias da voz do sétimo anjo. A idéia é clara. A sétima trombeta não será tocada só por um instante, mas simboliza um período de tempo. A sétima trombeta inclui as sete taças ou sete flagelos (16:1-20), que levam diretamente ao julgamento final. Logo o povo de Deus receberá sua gloriosa herança final, sua plena salvação conforme a promessa anunciada aos seus servos, os profetas.

III. A ORDEM DO ANJO - V. 8-11
1. João recebe a ordem para comer o livrinho - v. 8-9
• Este episódio revela a necessidade de assimilarmos a Palavra de Deus e fazê-la parte da nossa vida interior. Não era suficiente para João ver o livrinho ou mesmo conhecer o livrinho. Ele precisa comê-lo. Quem não come o livro não pode pregar o livro. O profeta não ser um autômato. A Palavra de Deus é sua alegria, seu prazer.
• A Palavra de Deus é comparada a comida. Ela é como pão (Mt 4:4), leite (1 Pe 2:2), carne (1 Co 3:1-2) e mel (SI 119:103). Jeremias e Ezequiel receberam a ordem de comer a Palavra antes de pregá-la aos outros (Jr 15:16; Ez 2:9-3:4). A Palavra precisa fazer-se carne (Jo 1:14), antes que possamos dá-la àqueles que dela necessitam. Ai do pregador e do professor que ensina a Palavra sem encarná-la em sua própria vida.
• Só quando nos apropriamos da Palavra é que podemos proclamar as promessas ou os juízos de Deus com fervor.
2. Esse livrinho é doce ao paladar e amargo no estômago - v. 9-10
• Quando um menino judeu aprendia o alfabeto escrevia as letras numa tabuleta de farinha e mel. O professor ensinava o valor fonético de cada letra. Quando o menino era capaz de repetir o som das letras, ele tinha a permissão de comer as letras uma por uma, à medida que recordava de modo correto. O alfabeto era, assim, como o mel em sua boca.
• A Palavra de Deus é doce como o mel - Não existe nada mais doce no mundo do que o evangelho de Cristo. Mas, logo que alguém se torna um cristão começam os problemas. Vem o sofrimento, a perseguição (os sete selos). Quem quiser viver piedosamente em Cristo será perseguido. Não dêem ouvidos àqueles que dizem que os problemas acabam quando você é convertido. A doçura não acaba, mas ela é seguida de amargura. A conversão desemboca em perseguição do mundo.
• O evangelho é doce quando o experimentamos, mas amargo quando vemos as implicações dele na vida daqueles que o rejeitam. Jesus chorou sobre Jerusalém. Davi chorava. Jeremias também. Paulo igualmente.
3. João é ordenado a continuar profetizando - v. 11
• Este verso 11 determina o significado do pequeno livro: ele é uma reafirmação do ministério de João. O fim ainda não veio, mas está às portas. A época final - os dias da sétima trombeta - estão para começar. Neste período a cólera de Deus será manifestada em proporções nunca vistas, e à vista disto a missão de João é mais uma vez confirmada.
• Após digerir o conteúdo do livrinho João precisará profetizar. É impossível comer o livro e ficar calado. É impossível guardar essa boa nova apenas para nós.
• O anjo comissionou João a profetizar novamente. Sua obra ainda não tinha terminado. Ele deveria profetizar não a vários povos, nações, línguas e reis, mas sobre ou a respeito de muitos povos, raças, línguas e reis (Ap 5:9). A profecia de João deve alcançar o mundo inteiro.• O v. 11 revela que o trabalho da igreja continua. Este evangelho precisa ser pregado ao mundo inteiro com rapidez porque o juízo já se aproxima e não tardará. A tarefa é urgente, porque o juízo se aproxima.

A sexta trombeta continuação

III A MISSÃO PRINCIPAL DESSES GAFANHOTOS QUE SAEM DO ABISMO-V. 4-6,10
1. Atormentar os homens - v. 4-5
• João vê que, ao ser aberto o abismo, sobem imediatamente do poço colunas de fumaça, semelhantes à fumaceira de uma grande fornalha. E a fumaceira da decepção e do erro, do pecado e do vício, da violência e degradação moral. Tão lôbrego é esse fumo, que são entenebrecidos o sol e o ar. Isso é símbolo da terrível cegueira moral e espiritual provocada por essas forças terríveis que agem na terra (v. 3).
• Essa estrela caída é um dragão cheio de cólera (Ap 12:12). Esses gafanhotos são como uma cavalaria infernal que pisoteiam e fazem trepidar a terra e como escorpiões que ferroam os homens como o seu terrível veneno.
• João está falando de uma invasão extraterrestre, de forças cósmicas do mal invadindo a terra. Há um cerco de demônios em volta da terra. Os homens estão cercados pelos gafanhotos do inferno.
• Esses gafanhotos tomam a vida dos homens um pesadelo... Eles despojam os homens de toda perspectiva de felicidade. Eles tomam a vida humana um palco de dor e um picadeiro de angústias infernais. Eles ferroam os homens como escorpiões cheios de veneno (Ap 9:5,10).
• Esses gafanhotos tiram a paz da terra. O homem vive atormentado, inquieto. Não há paz para o ímpio. Não há paz nas famílias. O mundo está em conflito. Nesse desespero existencial os homens buscam a fuga do misticismo, das drogas, do alcoolismo, mas não encontram alívio.
• O sofrimento que esses gafanhotos provocam não é imaginário, mas real. Não é apenas espiritual, mas também físico. Não é apenas um sofrimento escatológico, mas histórico, presente.
2. Causar dano aos homens - v. 4,10
• Esses seres malignos receberam poder (v. 3), para causar dano aos homens (v. 4,10). Ah! Quantos danos eles têm causado aos homens! Quantas perdas, quantas lágrimas, quanta vergonha, quanta dor, quanta angústia nos lares arrebentados, quantas vidas iludidas, quantas pessoas com a esperança morta.
• O diabo é um falsário, ele promete prazer, mas só dá desgosto. Ele promete vida, mas provoca a morte. Onde ele age, há danos e perdas.
3. O tormento que eles causam é pior do que a morte - v. 6
• Como em Apocalipse 6:15-16, as pessoas buscam a morte em lugar de Deus (Ap 9:6). Essas pessoas não têm nenhuma disposição para o arrependimento (Ap 9:20). O espírito da época consiste de saturação da vida e de medo indefível de viver, atraído misteriosamente pelo jogo com o desespero. O ser humano desperdiça-se, sem livrar-se de si mesmo. Ele transforma-se no suplício em pessoa.
• O tormento causado por esses gafanhotos é tão grande que os homens buscarão a morte a fim de encontrar alívio para a agonia que sentem, mas nem mesmo a morte lhes dará alívio.
• Hoje, muitos flertam com a morte e preferem-na à vida. Pior que qualquer ferida é querer morrer e não poder fazê-lo. Os homens verão a morte como alívio, mas até a morte não lhes trará alívio, mas tormento eterno. A morte não consegue matar esse desespero. Esse tormento é pior do que a morte.
• Soren Kierkegaard retratou isso bem: "(9 tormento do desespero é exatamente esse, não ser capaz de morrer. Quando a morte é o maior perigo, o homem espera viver; mas, quando alguém vem a conhecer um perigo ainda mais terrível que a morte, esse alguém espera morrer. E, assim, quando o perigo é tão grande que a morte se torna a única esperança, o desespero consiste no desconsolo de não ser capaz de morrer.'"
• O sofrimento é tal que a morte seria preferível. Os homens verão a morte como um alívio. Mas nem a morte pode livrá-los desse indescritível sofrimento. Jó 3:20,21 fala desse sentimento: "Por que se concede luz ao miserável e vida aos amargurados de ânimo, que esperam a morte, e ela não vem? Eles cavam em procura dela mais do que tesouros ocultos ".
IV. A CONDIÇÃO DO POVO DE DEUS DIANTE DESSA CAVALARIA DO INFERNO - V. 4b
• O diabo e seus demônios conhecem aqueles que são de Deus e não lhes tocam - Quando você pertence à família de Deus você se torna conhecido no céu, na terra e no inferno. Quem é nascido de Deus, Deus o guarda e o maligno não lhe toca (1 Jo 5:18). Aquele que está em nós é maior do que aquele que está no mundo (1 Jo 4:4). Nenhuma arma forjada contra nós prosperará (Is 54:17). Porque Deus é por nós, ninguém poderá ser contra nós e nos destruir (Rm 8:31). Agora estamos nas mãos de Jesus (Jo 10:28).
• O povo de Deus é distinguido dos ímpios pelo selo de Deus - A igreja é o povo selado de Deus (Ap 7:4). Aqueles que receberam o selo de Deus são protegidos do ataque desse bando de gafanhotos (Ap 9:4b).
• O selo de Deus é o Espírito Santo que recebemos quando cremos -O Espírito Santo é o selo e o penhor da nossa redenção (Ef 1:13-14). Somos propriedade exclusiva de Deus. Somos o povo genuíno de Deus. Somos invioláveis. O diabo não pode nos tocar.
• Os selados estão livres dos tormentos - Aqueles que estão debaixo do abrigo do sangue do Cordeiro não estão debaixo do tormento dos demônios. "A maldição do Senhor habita na casa do perverso, porém a morada dos justos ele abençoa" (Pv 3:33).