As Duas Sabedorias. Tiago 3:13-18.

Estes versículos mostram a diferença entre os homens que pretendem ser sábios e os que realmente o são.

Embora toda a Epístola de Tiago seja uma literatura sobre a Sabedoria, esta (sophia) só foi expressamente mencionada nesta passagem e em 1:5.

O orgulho do conhecimento no caso dos leitores de Tiago deu vazão à inveja amargurada e ambição egoísta, que resultou na O autor não quer dizer aqui que os mestres estivessem se apartando da doutrina ortodoxa, mas antes que pela sua vida inconsistente eles estavam mentindo contra a verdade do Evangelho. Quem pensa ou fala bem não é sábio no sentido das Escrituras, se não vive e age bem.

Quem é sábio e inteligente (segundo Deus), deve:

1 – Distinguir entre a sabedoria celeste e a terrena. Um coração que carrega sentimentos de:

·  inveja amargurada: um forte desejo de promover a própria opinião, ignorando a opinião dos outros;

·  sentimento faccioso: ambição egoísta. A palavra significa realmente o vício do líder de um partido criado para seu próprio orgulho. É a ambição partidária, o orgulho faccioso (RIENECKER e ROGERS).

Muitas das vezes as pessoas tem sim uma sabedoria porem esta é terrena logo é "falsa" pois esta sabedoria está caracterizada não como a sabedoria que desce lá do alto, isto é, não tem a sua origem em Deus. Pelo contrário é terrena, animal e demoníaca. "Estas três palavras, descrevem a falsa sabedoria, que não tem origem divina, numa seqüência crescente – pertence à terra, não ao mundo de cima; à mera natureza, não ao espírito; e aos espíritos hostis do mal e não de Deus." Falsa sabedoria produz confusão (perturbação, E.R.C.) – provavelmente uma referência a discussões na igreja – e toda espécie de cousas ruins. Deus não é um Deus de confusão (I Co. 14:33), nem simpatizante do mal (I Jo. 1:5). Portanto, uma "sabedoria" que provoca uma situação como essa não pode vir de Deus.

2-  Mostrar por meio de uma vida piedosa sua sabedoria.

Deus capacita seus filhos com sabedoria a fim de que eles vivam em sabedoria. A atitude de acumular conhecimento e não colocar em prática é prova de estultícia. Um coração que adquiriu a sabedoria que nasce do temor a Deus (Pv.1.7; 9.10) mostrará (revelará) às pessoas essa sabedoria, com uma atitude de mansidão, ou seja, de humildade.

Assim como um coração que é arrogante por se julgar inteligente e “esperto” é algo desprezível e insuportável aos olhos de Deus (Tg 4.6), um coração humilde e cheio de temor a Deus, que é um coração verdadeiramente sábio, é agradável ao Senhor. Um coração verdadeiramente sábio (que teme a Deus) não se engrandecerá diante de seus feitos, mas, fará tudo com o objetivo de glorificar a Deus. Tal atitude é o remédio Divino para o pior dos nossos pecados: o egoísmo

A sabedoria verdadeira pode conhecer-se pela mansidão do espírito e do temperamento. Os que vivem em maldade, inveja e contenção, vivem em confusão; e estão obrigados a ser provocados e precipitados em toda má obra. Tal sabedoria não vem do alto, senão que brota de princípios, atos ou motivos terrenos, e está dedicada a servir a propósitos terrenos. Os que se jactam de uma sabedoria assim devem cair na condenação do diabo. A sabedoria celestial, descrita pelo apóstolo Tiago, é próxima ao amor cristão, descrito pelo apóstolo Paulo; e ambos são descritos assim para que todo homem possa provar plenamente a realidade de seus logros nelas. Não tem disfarce nem engano. Não pode cair nos manejos que o mundo considera sábios, que são espertos e mau-intencionados, senão que é sincera, aberta, constante, uniforme e coerente consigo mesma. Que a pureza, a paz, a bondade, a docilidade e a misericórdia sejam vistas em todas as nossas ações, e que os frutos da justiça abundem em nossa vida, provando que Deus nos tem outorgado este excelente dom.