2 Coríntios 8:16-24
“É triste ter
de afirmar - e, no entanto, é a mais pura verdade - que o mundo da religião
está coalhado de pastores e evangelistas que não passam de defloradores
financeiros. Vivem sempre atrás do
dinheiro, e com isto, não apenas destroem o trabalho do Senhor como também
desgraçam o Seu nome” (S. F. Olford). O mesmo ocorria na época de Paulo.
Daí sua
preocupação em que a sua administração das ofertas para os crentes de Jerusalém
decorresse da forma mais inatacável possível (8:20, 21).
Esta mensagem
é válida para todos os que compõem a
Igreja. Tanto aos que contribuem (para que exijam uma administração de recursos
aberta e transparente por parte do Conselho e Tesouraria, bem como dos diversos
Departamentos da Igreja) tanto aos que administram os recursos da Igreja (para
que não somente continuem a ser honestos e fiéis, mas para que também pareçam
honestos e fiéis)
1) QUAIS ERAM
OS PERIGOS QUE PAULO PREVIA no levantamento e administração daquelas ofertas?
Ele sabia que tinha inimigos prontos a acusá-lo de desviar verba das Igrejas
para o seu uso pessoal (8:20). Eram os judeus, inimigos do Evangelho e seus
perseguidores, por causa de quem Paulo se absteve de receber sustento pastoral
quando trabalhava em Corínto (1 Co
9:11,12). Qualquer dúvida sobre a integridade financeira de Paulo seria um
tropeço à sua pregação do Evangelho.
2) AS
PRECAUSÕES QUE PAULO TOMOU. “É interessante notar como Paulo poderia pensar...
Com a precisão meticulosa de um cotador público” (W Barcly).
A) Não
administrar as ofertas sozinho; ele envolveu outras pessoas: Tito (7:16,17)
e o “irmão” (8:18 - não sabemos quem
era, talvez Lucas, Marcos, Apolo, Trófimo, etc).
b) Tais homens eram capazes moralmente:
eram “voluntários” (8:16-17), “louvados pela igreja” (8:18), “zelosos” (8:
16,22), “experimentados” (8:22), “companheiros e cooperadores” (8:23),
“mensageiros das igrejas e glória de Cristo” (8:23);
c) Pelo menos um deles foi eleito pelas
igrejas, de forma popular e pública, 8:19. Da mesma forma, as igrejas devem
sempre eleger uma “comissão de exames de contas” para fazer exame periódico das
finanças da Igreja, cujo relatório deve ser apresentado ao presbíteros e,
também, a igreja.
3) AS RAZÕES QUE LEVARAM PAULO A PROCEDER
TÃO METICULOSAMENTE. Basicamente duas: a) evitar acusações de desvio de verba e
auto-enriquecimento às custas dos crentes (8:20); e, b) proceder honestamente
não só diante de Deus, mas também diante dos homens (8:21). “É um orgulho tolo
o que leva a desprezarmos a opinião pública”
(C. Hodges). Paulo sempre procurava proceder corretamente diante dos
homens, cf. Rm 12:17; 14; 18.
A décima afirmação do pacto dos Evangelistas, firmado em
Amsterdam em 1986 diz: “ Nós seremos fiéis despenseiros de tudo o que Deus nos
der, prestaremos contas das finanças do nosso ministério a outros...”
4) A EXORTAÇÃO DE PAULO AOS CRENTES DE
CORÍNTO. Concluindo sua exposição dos procedimentos para com a administração
das ofertas, Paulo exorta que os coríntios contribuam largamente, dando provas do seu amor a Deus e aos irmãos e de
que Paulo não se gloriou em vão sobre a generosidade deles (8:24).
5) APLICAÇÕES PARA NÓS:
a)
Em se tratando de administração e finanças na igreja, devemos ser mais meticulosos lidando com as coisas de
Deus do que com as nossas próprias.
b)
Não basta ser correto: é necessário também parecer correto.
c) Os que lidam com os recursos da Igreja
devem prestar contas regularmente, para evitar
a aparência do mal, prestando contas e abrindo
seu caixa para auditorias regulares. Pois, da mesma forma que é dever dos membros serem fiéis, espera-se o
mesmo dos que administram.