O apóstolo prossegue com outro relacionamento
específico, o de pais e filhos, com obrigações impostas a ambos os lados.
1. Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor. Obediência é
um termo mais forte do que submissão, que foi apresentada como a
obrigação da esposa. No Senhor. "A esfera na qual ela deve se
movimentar, pois a obediência cristã é completa na comunhão com Cristo"
(Salmond). Pois isto é justo. Aqui está se mostrando que este é um
princípio eterno de Deus.
2. Honra a teu pai e a tua mãe. Paulo mostra que a Lei tem a mesma injunção. Todos os
Dez Mandamentos, exceto o quarto, foram reformulados e aplicados sob a graça. É
o primeiro mandamento com promessa. Isto é, uma promessa foi dada à
obediência.
3. Para que te vá bem. Isto deve ser uma continuação da citação da Lei e não
se aplica diretamente ao crente na presente dispensação. Embora o princípio
continue sendo verdadeiro, a próxima vinda do Senhor, mais do que uma vida
longa, é a bendita esperança do cristão.
4. E vós, pais. Como antes, há um outro lado da responsabilidade. Primeiro ela foi
declarada negativamente e, então, afirmativamente. Mas criai-os. Cons.
Dt. 6:7. Passagem paralela é Cl. 3:20, 21. O que Deus diz aos maridos.
Aos pais, Deus ordena que criem seus filhos com
disciplina e lhes ensinem a obedecer, para o bem deles (Ef. 6:1-4).
A criança que é deixada por conta própria vem a
envergonhar os pais (Prov. 29:15). Por quê? Embora seja difícil de acreditar
isso quando vemos um bebezinho com aquele olhar e sorriso tão inocentes,
ninguém é naturalmente bom. Nascemos biologicamente vivos mas espiritualmente
mortos, afastados de Deus. Um Puritano
quando seu filho nasceu e as pessoas vieram visitar e diziam que criança linda,
é um anjo; ele Logo respondia: “é um monstro e pecador cheia de pecado, e se
Deus não converter-la ela irá para o inferno”. Por isso, cada bebê que vem
ao mundo precisa ser ensinado a andar nos caminhos do bem, obedecendo a seus
pais, aprendendo a reconhecer os limites da sua vontade. E essa é a tarefa que
Deus deu aos pais.
Cada
criança que Deus põe no mundo tem um valor inimaginável. É obra das Suas mãos.
Ele mesmo a entreteceu no ventre materno e lhe deu as características que
desejou. Assim, os pais devem conviver com seus filhos e observá-los para
descobrir quais as tendências boas que Deus colocou em cada um deles para
favorecer o seu desenvolvimento, enquanto corrigem e disciplinam a tendência
para a rebeldia que os afastará primeiro deles mesmos e, mais tarde, de Deus.
É
no ambiente familiar, mesmo aquele nos quais as pessoas estão se esforçando
para dar o melhor de si, que seus membros sentirão as maiores alegrias mas
também suas maiores tristezas. Como seres essencialmente relacionais, é na área
dos relacionamentos que mais nos sentimos vulneráveis. Mas Deus vem ao nosso
encontro na nossa vulnerabilidade.
Ele
tem poder para mudar qualquer circunstância de nossa vida num abrir e fechar de
olhos. Quando oramos desesperadamente por mudanças, e elas não ocorrem, é
porque Ele está mais interessado em mudar o nosso coração, em corrigir a nossa
perspectiva. Diante de circunstâncias difíceis, indesejáveis, temos a escolha
de brigar, manipular ou nos omitir, ou então, entregando-nos “nas mãos daquele
que julga retamente” (1 Pe 2:23), permitir que Ele nos use como instrumentos
Seus nessas mesmas circunstâncias até que Ele escolha mudá-las ou que nós
tenhamos mudado.
Talvez,
depois de ler tudo isto, você esteja pensando: Não posso, não consigo, é demais
para mim. Sua vida familiar pode estar destroçada, seus relacionamentos com seu
marido e filhos áridos e conturbados. Talvez você esteja pensando que é tarde
demais para fazer alguma coisa e salvar seu casamento. Mas é nesse exato ponto
que Deus vem ao seu encontro e diz: “Deixe por minha conta. Deixe que eu aja
através de você, que eu ame através de você.”
Ele
não promete restaurar todos os relacionamentos quebrados, mas promete que,
quando Lhe abrimos a porta do nosso coração, Ele entrará e ficará conosco,
sustentando-nos com Sua força e produzindo lindos frutos em nossa vida.