O primeiro episódio da história brasileira em que o protestantismo estava envolvido é o da efêmera colonização francesa na baía de guanabara (1555-1560), quando o vice-almirante Nicolas Durand de Villegaignon, com o intuito de fundar a “França Antártica”, prometeu aos calvinistas franceses ou huguenotes (presbiterianos, mais tardes chamados) um regime de liberdade religiosa na futura colonia.
Em fins de 1555 Villegaignon se estabeleceu com 400 homens numa ilha da baía da Guanabara, se tornando assim “rei da América”.
Em 1556, 280 pessoas partiram da França para reforçar a colônia, entre elas doze calvinistas de Genebra, trazendo credenciais do próprio calvinismo. Entre eles dois pastores ordenados, PIERRE RICHIER e GUILLAUME CHARTIER, que estudaram na escola de Genebra foram discípulos de CALVINO, e enviados pelo próprio.
Os pastores foram recebidos com alegria, e Villegaignon surpreendeu todo o mundo pelas suas manifestações de profunda piedade.
No dia 10 de março de 1557, como relata Léry, com suas próprias palavras aquele que foi o primeiro Culto protestante em terras brasileiras.
“O Ministro Pierre Richier Invocou a Deus, catamos o um coro o Salmo 5, e dito o minsitro tomando por tema o salmo 27 4 Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei:que eu possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo.[1] , durante a reunião Villegaingnon, não cesou de juntar as mãos, ergue os olhos aos céus com suspiros, que a todos era digno de admiração de espiritualidade.”
Percebemos que não é uma prática nova de pessoas levantar as mãos, dar suspiros, fingindo ser espirituais.
Mas o “rei da América” Villegaingnon não tardou em mudar de atitude. Um dos seus súditos huguenotes, JEAN DE LÉRY, discutia a hipótese de haver chegado cartas de Charles de Guise e de outros líderes católicos, que faziam Villegaignon temer pela sua posição na França.
Começou a criticar os pastores, por causa de uma questão secundária, a saber, pão comum e vinho não misturado.
Villegaignon começou a ter ódio aos calvinistas, e por ordem de Villegaingnon ele mandou que Jean Du Bordel, Matheus Vermeil, Pierre Bourdon e André La fon, redigiram em 17 pontos a primeira confissão de Fé reformada do Continente que assinada nas atas dos mártires publicadas por Jean Crespin em Genebra em 1561, esta confissão serviu para que Villegaingnon condenassem os calvinista a morte por afogamento.
A execução dos três calvinistas deu-se em 09 de fevereiro de 1558. Jean de Bourdel, Matthieu Vermeuil e Pierre Bourdon. Foram amarrados e lançados no mar, porém em quanto eram conduzidos para o alto da rocha eles cantavam salmos e oravam
Jean Du Bordel, consegui fugir de Villegaignon, mais não do Padre José de Anchieta comenta o historiador João Ribeiro. “no momento da execução de Jean Du Bordel, a imperícia do Carrasco, que lhe atormentava a agonia fez com que José de Anchieta auxiliasse o condenado a morrer”
Portanto podemos sim ter uma grande certeza que quando estes homens foram mortos a semente do evangelho já tinha sido lançadas em terras brasileiras, e louvado seja o nome do Senhor, que fez com que o nosso país fosse de fato pregado o verdadeiro evangelho.
[1]Sociedade Bíblica do Brasil: Almeida Revista E Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1993; 2005, S. Sl 27:4
Nenhum comentário:
Postar um comentário